02/05/2007

QUEM É O PERSEGUIDOR CONVERTIDO?

Conversão – Vocação de Paulo

Este acontecimento representa um ponto chave na História da Igreja, pelas consequências que irá ter. A interpretação que Paulo e Lucas fazem do acontecimento não é a mesma. Lucas liga a conversão de Paulo à oração de Estêvão. O Caminho de Damasco é referido três vezes nos Actos: 9,1-19; 22,3-21; 26,9-20 (ver Gl 1,1-16; 1 Cor 15,9).
Testemunho de Paulo: Paulo nunca pretendeu fazer uma autobiografia. Interessava-lhe só anunciar Jesus Cristo. Por isso, apresenta-se como um apóstolo = enviado. Enviado de Cristo e da Igreja. Estas são as suas credenciais. Por isso, assume a mesma categoria dos que andaram com Jesus, pois também ele encontrou Jesus. Por isso, afirma em 1 Cor 15,6-11 a sua vocação em termos de aparição-vocação profética, à maneira do AT, sem qualquer narrativa histórica, como faz Lucas nos Actos (Jr 1,4-11; Ex 3,10...). O género literário da sua vocação, tal como é apresentado pelo próprio Paulo, assemelha-se a uma epifania ou a um relato de vocação, como temos muitos na Bíblia: Evangelho da Infância de Lc, epifania dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35); narrativas de aparições do Ressuscitado (Lc 24,36-49); narrativa da Ascensão (Lc 24,50-53; Act 1,4-11; ver a solenidade com que Paulo apresenta o seu apostolado, em Rm 1,1-7).
O texto acima referido de 1Cor 15,6-11 é importante porque Paulo dá-se a mesma importância, pela Aparição, que aos demais Apóstolos; e tal aparição está em função do apostolado. Não é um privilégio sem mais, mas uma convocação para a missão (1Cor 9,1-2). Paulo viu o Senhor, mas não diz como O viu. No entanto, esta visão é o fundamento, causa e legitimação da sua missão de Apóstolo. Paulo não refere os pormenores da sua vocação para a missão por fino pudor (2 Cor 2,1), mas diz que essa visão é o fundamento do seu Evangelho, o da Fé contra o da Lei (Gl 1,6-7.11; 2,14; ver p.15).







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