17/03/2007
O perfil de Silas nos Actos dos Apóstolos
Prisca, para os amigos Priscila
Paulo, na Carta aos Romanos 16, 3-5, pede aos destinatários: “Saudai Priscila e Áquila, meus colaboradores em Cristo Jesus, pessoas que, pela minha vida, expuseram a sua cabeça. Não sou apenas eu a estar-lhes agradecido, mas todas as igrejas dos gentios. Saudai também a igreja que se reúne em casa deles.”; na 1ª aos Coríntios 16, 19, envia saudações no Senhor em nome de Áquila e Priscila e da assembleia que se reúne em sua casa, e na 2ª a Timóteo 4, 19 saúda Prisca e Áquila. Em duas destas três citações a mulher é referida em primeiro lugar, o que me parece significativo. Prisca, conhecida pelo nome mais familiar de Priscila, terá sido, com seu marido Áquila, dos primeiros cristãos convertidos de Roma. Diz-nos o narrador de Actos (18, 2-3): “Encontrou ali um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália com Priscila, sua mulher, porque um édito de Cláudio ordenara que todos os judeus se afastassem de Roma. Paulo foi procurá-los e, como eram da mesma profissão - isto é, fabricantes de tendas - ficou em casa deles e começou a trabalhar.” Portanto, na sua missionação, Paulo vai contar com o apoio destes cristãos, receber a sua hospitalidade e partilhar o seu mister, dada a sua preocupação em não ser pesado a ninguém, e tal ocorre tanto em Corinto, como em Antioquia e Éfeso. De acordo com Actos 18, 18: “Depois de se ter demorado ainda algum tempo em Corinto, Paulo despediu-se dos irmãos e embarcou para a Síria, com Priscila e Áquila[…]” No entanto, o episódio mais interessante protagonizado pelo casal é relatado nos vv.26ss do mesmo capítulo 18. Acontece que, recém-chegado a Éfeso, um judeu eloquente de Alexandria, versado nas Escrituras, que discursa com fervor sobre Jesus mas não conhecendo outro baptismo que o de João, começa a “falar desassombradamente na sinagoga”. Perante o que dele ouviram, Priscila e Áquila (por esta ordem), com autoridade e saber, “tomaram-no consigo e expuseram-lhe, com mais precisão, a ‘Via’ do Senhor”. É que neles estava bem viva a pregação do Apóstolo. Esta judia cristã chamada pelo seu nome em Actos serve Cristo, proclamando a sua Palavra, serve o Apóstolo e a comunidade que se reúne em sua casa, mas o seu estatuto feminino transformou-se porque inserido na estrutura da nova comunidade em expansão. E vejo-a, tal como Rossellini a mostrou, mulher formosa e determinada, capaz de tudo arriscar pela propagação da fé em Jesus.
16/03/2007
3 perguntas a... P. Domingos Terra SJ *
1. Qual a passagem do livro dos Actos dos Apóstolos que é mais significativa para si? Porquê?
2. Qual lhe parece ser o aspecto
3. De que modo a Igreja pode hoje anunciar o Evangelho aos não crentes e àqueles que se distanciaram de Cristo?
* Professor na Faculdade de Teologia da UCP
15/03/2007
Exercício de leitura de Actos 1-7
– O nome de Deus como: Anjo do Senhor; o Altíssimo 7,48; o Deus da glória 7,2;
o Anjo 7,38; o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacob, o Deus dos nossos pais 3,13
– Espírito Santo
Lucas, Teófilo.
Pedro, Saulo.
João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Simão (o zelota), Judas (filho de Tiago).
Algumas mulheres, Maria (mãe de Jesus); “irmãos” de Jesus; Matias (12º Apost., escolhido à sorte); José, chamado Justo (Barsabás – ligado a Matias na sorte para ocupar o 12º Apost.; Estêvão – ligados a Estêvão: Filipe, Prócuro, Nicanor, Timão, Parmenas, Nicolau (prosélito de Antioquia)
Barnabé (“Filho da consolação” - José – levita cipriota)
Judas (o traidor) “o guia” dos que prenderam Jesus; Ananias e Safira
Os Doze Patriarcas; David; João Baptista; Samuel
Satanás
Viúvas helénicas; aleijado (coxo); Pilatos (aparecer também como Pôncio Pilatos); Herodes, Anás, Caifás; Sumo Sacerdote; João, Alexandre; profetas; sacerdotes; Sinédrio, Senado; comandante do Templo, guardas; Saduceus; chefes dos judeus, anciãos, escribas.
Teudas, Judas, o galileu
Gamaliel
Libertos (membros da sinagoga)
Cirineus, alexandrinos
Faraó (ligado ao Patriarca José), filha do Faraó
Abraão, Isaac; Jacob
José
O Anjo da sarça ardente
Moisés, Aarão
Dois filhos de Moisés, nascidos em Madian
Josué; David, Salomão
Filhos de Emor (ligados a Abraão, na compra de um túmulo)
Povos:
Hebreus, helenistas, partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia, da Capadócia, do Ponto e da Ásia, Fríga, Panfília, do Egipto, regiões da líbia cirenaica, de Roma, cretenses, árabes, caldeus.
Lugares, cidades, regiões:
Jerusalém, Judeia, Samaria, “confins do mundo” (atingindo Roma e a partir dali);
Nazaré, Galileia, Canaã, Mesopotâmia, Capadócia, Ponto, Ásia, Frígia, Panfília, Egipto, Líbia, Roma, Cilicia, Siquém; Lugares: monte das Oliveiras, “haqueldamá” Campo de Sangue, céu, terra, mar, Templo (citado também como ‘Lugar Santo’), porta do Templo ‘Formosa’, Pórtico de Salomão, Sinédrio, Sinagoga, Haran, Mar Vermelho, deserto
Títulos e nomes de Jesus:
Senhor 1,6; Jesus de Nazaré 2,22; Cristo 2,29 e 2,31; o Santo 2,27; Senhor e Messias 2,36; Jesus Cristo 2,38; Jesus Cristo Nazareno 3,6; Servo Jesus 3,13; o Santo e o Justo 3,14; Príncipe da Vida 3, 15; Messias Jesus 3,20; Servo 3, 26; Jesus Nazareno 4,10; Ungido 4,23; Santo Servo Jesus 4,27 e 4,30; Príncipe e Salvador 5,31; Jesus, o Messias 5,42; o Nazareno 6,13; Justo 7,52; Filho do Homem 7,57; Jesus, o Nazareno 6,14.
O Espírito Santo é mencionado como:
o ‘Prometido do Pai’ 1,4, ‘Espírito do Senhor’: 5,9; ‘o Espírito’ 6,3 e 6,10; ‘o meu Espírito’ 2,17 e 2,18.
Espírito Santo: 1,2; 1,5; 1,8; 1,16; 2 vezes no v 2,4; (aparece no título do cap 2); 2,32; 2, 38; não aparece no cap 3; 4,8; 4,24; 4,31; 5,3; 5,32, 5,51; 5, 55
A Palavra é mencionada como:
a Palavra 4,4. 6,4; a tua palavra 4,29; a palavra de Deus 4,31.6,2.6,7; a palavra da Vida 5,20; anunciar a Boa Nova de Jesus, o Messias 5,42; palavra de vida 7,38; como Boa Nova 5,42
O testemunho dos Apóstolos:
2,32: “Foi este Jesus que Deus ressuscitou, e disso nós somos testemunhas”
3,15: “E nós somos testemunhas destas coisas”
5,32: “… mas Deus ressuscitou-o dos mortos, e disso nós somos testemunhas”
Referências ao AT:
Salmos: 1, 20; 2, 17-21;
2,25-28; 2,30-31; 2,34-35 (David)
4,11; 4,24-26
Textos alusivos à historia da salvação de Israel: 7,3; 7,6-7; 7,9-11; 7,27-28, 7,3034; 7,37; 7,39-40
Profetas:7, 42-43; 7, 49-50
O fim dos tempos: “o Dia do Senhor” 2,20
14/03/2007
De Jerusalém a Roma, um resumo de Actos
Depois de recordar a génese da primeira parte do conjunto Lucas-Actos, o narrador relembra a ascensão de Jesus, para, seguidamente, situar o grupo dos Apóstolos em Jerusalém. De maneira a retomar o número Doze procede-se à eleição de um discípulo-testemunha, Matias.
Após a manifestação do Espírito Santo e dos seus efeitos, dá-se o primeiro discurso de Pedro, neste caso à multidão perplexa. Trata-se da primeira história concisa da economia da salvação, sublinhada por citações do Primeiro Testamento, que culmina com a certeza de que Cristo é o Messias. As conversões, marcadas pela mudança de vida e pelo baptismo, não se fizeram esperar.
A intervenção de Pedro é seguida pelo primeiro confronto, ainda sem consequências de maior, com os judeus. Ao longo de Actos é frequente a sucessão milagre/pregação – confronto verbal/físico – punição disciplinar.
O discurso, prisão e morte de Estêvão assinala a transição da localização narrativa de Jerusalém para um espaço geográfico que se vai progressivamente alargando. O capítulo 8, já pontuado pela diáspora, introduz brevemente Saulo, para a seguir se concentrar na pregação evangélica na Samaria e, depois, ao sul, a caminho de Gaza.
A conversão de Saulo, do ódio ao seguimento, é contada
A fundação da comunidade de Antioquia marca o regresso de Saulo, entretanto refugiado em Tarso. Aquela cidade será o ponto de partida da primeira das suas viagens missionárias, que, entre conversões e atribulações, o levarão a percorrer a parte oriental da bacia do Mediterrâneo, da Cilícia à Grécia, passando pela Frígia e Macedónia.
Alguns aspectos que se destacam neste périplo: as narrativas resumidas, brilhantes, da história da salvação; o anúncio feito em primeiro lugar aos judeus; a pregação dirigida aos pagãos através de uma linguagem mais escassa na utilização de referências veterotestamentárias e, que, por outro lado, procura preencher as aspirações religiosas de um universo outro; a deslocação da sinagoga para locais onde a atmosfera judaica se dilui ou é inexistente.
O último regresso de Paulo à cidade da paz assinala o início da viagem derradeira. Preso depois de suscitar a ira do povo, evoca a sua condição de cidadão romano para exigir que o seu julgamento seja efectuado na capital do Império, onde chega mais de dois anos depois na companhia do narrador.
quando regressamos ao grego
Pela net estão disponíveis leituras em grego dos nossos textos. Escutar ajuda a ler.
http://www.ccel.org/a/anonymous/gnt/home.html
http://www.areopage.net/ntgraudio.html#3j
Actos... uma história!
Dois outros grandes acontecimentos que encontramos, logo no inicio do livro, são a escolha dos 7 diáconos e o Martírio de Estêvão, primeiro mártire.
13/03/2007
Sobrevoando” os Actos
Um aspecto que ressalta à vista, à medida que se vai progredindo na leitura, é a existência de vários binómios: conversão-alegria; perseguições e unidade comunitária; partilha e fortaleza...; e por outro lado, algumas ideias que se revelam recorrentes, em alguns momentos com mais insistência, noutros com menos: a referência ao “nome do Ressuscitado” como força que impele os Apóstolos à acção, e a perseguição operada pelos partidários da incredulidade em relação àqueles que aderiam à “Via”, contraposta à adesão de outros.
Um livro que conta a história das comunidades cristãs no seus primeiros tempos sem Jesus, buscando a sua identidade e o específico do seu ser, buscado na vida quotidiana, na oração, na relação com a autoridade romana e no encontro e diferenciação com o mundo judaico. Uma história atravessada por um ambiente ou cenário costurado de harmonias, mesmo quando as situações são reveladoras de dificuldades... onde Paulo e Pedro ainda que, não sem tensões, surgem como parceiros, apesar de algumas diferenças que, acabam por ser sanadas, quanto mais não seja pela definição do espaço de cada um, no que respeita à predicação da mensagem cristã.
Os Actos dos Apóstolos
Dois temas fortes: a passagem do judaísmo para o cristianismo e o anúncio do evangelho aos pagãos.
O texto não quer contar os factos tais como aconteceram, mas através das narrações das missões, discursos, sumários, o autor quer nos contar a acção de Deus, onde a sua Palavra, através dos Apóstolos e dos primeiros cristãos, a partir de Jerusalém chega até os últimos confins da terra, representado por Roma.
Uma grande epopeia
Esta evangelização que fora em primeiro lugar levada aos judeus, em continuidade com a concretização das promessas feitas a nossos pais, agora é levada aos gentios. Este anuncio traz consigo uma descontinuidade e uma ruptura com as tradições judaicas, que não se coadunam com o Evangelho.
Digamos que os Actos são uma magnífica epopeia do nascimento da Igreja e da sua missionação em favor da evangelização de todos os povos. Ao longo desta epopeia vemos duas grandes figuras, a de Pedro, circunscrito mais à região da Judeia e a de Saulo, conhecido por Paulo estendido às grandes viagens missionárias que faz desde Antioquia a Roma. Onde vai fundando várias igrejas, entre elas a de Corinto e a de Éfeso. Os Actos terminam a contar Paulo em Roma «a proclamar o Reino de Deus e ensinado o que se refere ao Senhor Jesus Cristo com toda a intrepidez e sem impedimento».
O LIVRO DOS ACTOS DOS APÓSTOLOS
Na verdade, toda o enredo é construído neste movimento de expansaõ quase que incontrolável e que faz a Igreja crescer pela força do Espirito Santo. É expressão disso: o deslocamento geográfico da acção – de uma “terra santa” para a “pagã” até abarcar todo o mundo; a sucessão de eventos que geram tensão ou paz; e a diversidade de personagens, judeus e pagãos, de primeiro e segundo plano, que se sentem interpeladas ou injuriadas pela palavra que foi pregada e que escutaram – elenco praticamente em mutação constante.
Olhando para os Actos dos Apóstolos
São os Actos, assim, a história do cristianismo nascente e a sua expansão de Jerusalém a Roma, respectivamente o ponto de partida e a meta da missão.
Os personagens principais são os apóstolos, testemunhas de Jesus ressuscitado, com Matias a substituir Judas, mas dentre eles destaca-se Pedro, que aparece nos primeiros capítulos como aquele que dirige o grupo, que faz mais milagres e que toma quase sempre a Palavra. Mas a Palavra destaca-se por si mesma. Ela tem força e contagia fé. A Igreja expande-se na medida em que há pessoas que aderem e recebem a Palavra.
Não podemos esquecer o papel tão importante do Espírito Santo, no qual todos os cristãos vão sendo baptizados e por Ele vivem numa verdadeira união fraterna, da qual é expressão a Comunidade cristã de Jerusalém.
A partir do cap. 13 e até ao fim do Livro destaca-se a figura de Paulo, judeu e ao mesmo tempo cidadão romano, que se converte (no cap.9º) de perseguidor dos cristãos na grande testemunha de Jesus ressuscitado, empreendendo várias viagens missionárias e mostrando uma enorme coragem e entusiasmo no anúncio da Palavra. Acaba por ser preso em Jerusalém e levado para Roma, pois apela para César.
Nesta empolgante narrativa o autor quer mostrar uma unidade na história da Salvação: Paulo começa por anunciar aos judeus nas Sinagogas e só quando estes o rejeitam é que vai anunciar aos pagãos; Pedro anuncia normalmente a judeus, mas vai também anunciar a pagãos em casa de Cornélio, para mostrar que Deus não faz acepção de pessoas e que a Salvação é para, partindo de Jerusalém, chegar até aos “confins do mundo”. Os Actos não são uma história triunfalista da Igreja, mostram também o seu fracasso e, especialmente aí, como é a Providência divina que tudo conduz.
12/03/2007
Actos dos Apóstolos
Para o autor dos Actos, a história do mundo é uma história de salvação que tem Deus como autor principal e compreende o tempo da promessa, da prefiguração, da preparação da profecia e o tempo do cumprimento, da realização, da salvação já presente.
Os principais actores ou agentes de evangelização, no livro dos Actos dos Apóstolos, são o Espírito Santo, com o Pentecostes, e os Doze Apóstolos, enviados por Jesus como suas testemunhas. Dentre estes, sobressai Pedro, o primeiro, e Paulo que embora não pertencendo á lista dos doze é chamado « Apóstolo». A figura de Pedro domina a primeira parte do livro (1,12-15,12); a de Paulo, a segunda (15,13-28,31).
O anúncio da Boa Nova parte de Jerusalém, passando depois á Samaria e Judeia, á Fenícia, Chipre e Síria, para através da Ásia Menor e da Grécia, chegar a Roma.
A comunidade primitiva de Jerusalém, tinha diversas Igrejas: escuta assídua do ensinamento dos Apóstolos, comunhão fraterna e solidariedade, participação na fracção do pão e nas orações.
Actos
UM PLANO DOS ACTOS DOS APÓSTOLOS
Os Actos dos Apóstolos em 2, 3 minutos!
Como que num duplo movimento, onde Pedro e Paulo são as figuras de destaque, a narração vai crescendo no seu progressivo desenvolvimento de anúncio, onde a Palavra é guia e instrumento. Discursos, baptismos, curas, martírios, ressurreições, confrontos, prisões com libertações miraculosas, pregações, orações, visões constituem a narração que revela a acção do Espírito Santo e a Palavra de Deus a tornarem-se vida e carne nas primeiras comunidades.
Actos dos Apóstolos
Os Actos dos Apóstolos
Num primeiro momento temos a vida das primeiras comunidades que surgiram à volta e sob a figura de Pedro. Os lugares relatados são essencialmente lugares ligados à vida judaica e em torno de Jerusalém, revelando que não houve desde logo um afastamento da cidade donde tudo começou. Este período é marcado pelos milagres constantes que acompanham a pregação e pelos primeiros martírios.
Num segundo momento surge a figura de Paulo (Saulo) que de perseguidor feroz se converte em exímio pregador do Evangelho. A sua missão caracteriza-se essencialmente por um afastamento do mundo judaico e uma aproximação ao mundo pagão, com a sua adaptação de conceitos judaicos a este mundo, e por um crescimento enorme de comunidades cristãs.
Os Actos dos Apóstolos mostram-nos ainda a disposição dos primeiros cristãos em serem fiéis seguidores de Cristo, sendo o martírio a forma de seguimento mais perfeita. Daí que os relatos de martírios não deixem de estar presentes, bem como o ideal de vida cristã onde tudo era comum a todos.
Os Actos dos Apóstolos relatam o prolongamento da obra de Cristo levada a cabo pelos Apóstolos, que agora percebem o verdadeiro alcance das palavras de Cristo.
Conteúdo dos Actos dos Apóstolos
Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra. (Act 1,8)
Introdução: Espera do Espírito Santo 1
Ascensão de Jesus 1,1-11
Os Apóstolos aceitam mais um apóstolo 1,12-26
I parte: Evangelização de Jerusalém 2,1-8,3
Pentecostes 2,1-42
A vida da Igreja primitiva 2,43-47
Testemunho de Pedro e João 3,1-4,31
A vida da Igreja primitiva 4,32-6,7
Prisão, julgamento e apedrejamento de Estêvão 6,8-8,3
II parte: Expansão da evangelização na Palestina 8,4-9,31
Evangelho na Samaria 8,5-25
Filipe e o eunuco de Etiópia 8,26-40
Conversão de Saulo e o contacto com as cabeças da Igreja 9
III parte: Pedro começa a missão entre os pagãos 9,32-12,34
Pedro em Lyda e Jafa 9,32-43
A visão de Pedro e as suas consequências 10,1-11,18
Os cristãos em Antioquia 11,19-30
Herodes persegue os cristãos 12,1-24
IV parte: Paulo evangeliza no terreno do Império Romano 13-28
Primeira viagem: Paulo e Barnabé 13-14
Concilio de Jerusalém 15,1-35
Segunda viagem: Paulo, Silas, Timóteo 15,36-18,23
Terceira viagem: Paulo (e Lucas?) 18,24-21,16
Paulo preso em Jerusalém e em Cesreia 21,17- 26,32
Viagem de Paulo para Roma 27,1-28,15
Paulo em Roma 28, 16-31
Actos em 1 minuto
Enquanto que no Evangelho Lucas narrou a vida de Jesus e a instituição do cristianismo mediante a sua morte e ressurreição, neste Livro o autor retoma a história desde a ascensão de Jesus ao céu, continuando com a difusão da Boa Nova de Jerusalém até Roma.
Numa primeira parte desta obra a mensagem que o autor deixa radica no Antigo Testamento, sobretudo porque a pregação tem como objecto os hebreus, dando grande relevo à morte e ressurreição de Jesus. O Pentecostes é o cumprimento das Páscoa de Cristo e cheios do Espírito Santo os Apóstolos começam a anunciar as grandes obras de Deus.
Pelos Actos é-nos dada a conhecer a vida das primeiras comunidades que se caracterizava por uma vida de oração e de comunhão de bens, administração dos sacramentos e celebração da Eucaristia.
Pedro aparece como o chefe e porta-voz de todos os outros apóstolos, dando origem à Igreja de Jerusalém, mas a sua acção encontra o seu momento culminante quando admite ao Baptismo Cornélio, pagão e centurião romano, sem no entanto obrigá-lo a abraçar a lei mosaica.
Com este gesto estabeleceu-se o princípio da liberdade da pregação feita directamente aos pagãos, o que irá ser depois continuado por Paulo, através de terras distantes.
Actos dos apóstolos
A obra dos actos dos apóstolos, constituída por 28 capítulos, começa com um prólogo mencionando a última aparição e ascensão de Jesus. Em seguida é apresentada a comunidade de Jerusalém e a eleição de Matias para substituir judas. Segue o pentecostes e o relato da actividade missionária da Igreja de Jerusalém, dirigido por Pedro, e a dos helenistas. Depois de serem contadas algumas premissas que explicam a missão universal como a conversão de Saulo, a conversão dos gentios e a fundação da igreja de Antioquia, o relato centra-se no experiência missionária pelo o mundo gentio sendo agora o personagem central Paulo, terminando a narração com a chegada deste, prisioneiro, a Roma.
Imagem: Ícone bizantino de Pedro e Paulo
“A Palavra de Deus ia-se espalhando cada vez mais” (Act 6,7a)
Para concretizar estes princípios orientadores da narrativa de Actos o autor serve-se de artifícios literários, espaços e personagens articulados numa estrutura bem delimitada. Deste modo, o ponto de partida desta “história das origens cristãs” é a Ascensão do Senhor. O grupo dos apóstolos, S. Paulo e seus companheiros de viagem, enquanto testemunhas da Palavra e dirigidos pelo Espírito Santo, serão o rosto principal da expansão do cristianismo que, de uma maneira geral, é-nos apresentada em 4 etapas: a) A Igreja em Jerusalém (Act 1,12-6,7); b) A Igreja fora de Jerusalém (Act 6,8-12,25); c) As 3 missões de S. Paulo (1ª - 13,1-14,28; 2ª - 15,35 -18,22; 3ª - 18,23 – 21,26); d) Prisão de S. Paulo (Act 21,27 – 28,31).
É desta forma que a comunidade eclesial se vai definindo como creatura verbi, pois os cristãos são aqueles que aderem à Palavra que é anunciada, a Palavra de Deus...
11/03/2007
Resumo do livro dos Actos dos Apóstolos
Assim, os Actos descrevem quer o espaço humano quer o espaço geográfico em que o anúncio da Boa-Nova de Jesus, após a sua ressurreição, se desenvolve. Esta Boa-Nova destina-se a todos os povos. É desta forma que se dá a passagem do anúncio apenas dentro do mundo judaico para o mundo pagão. Este, constitui, aliás, um dos temas principais deste livro.
Os Actos dos Apóstolos em poucas linhas…
Mas o anúncio do evangelho começou a causar descontentamento em Jerusalém, de tal forma que aqueles que aderiam à palavra de Cristo eram olhados como inimigos da lei e eram perseguidos, como aconteceu com Estêvão que foi apedrejado até à morte. Diante desta instabilidade muitos afastaram-se de Jerusalém e começaram a anunciar o Evangelho noutras terras.
Como o evangelho se havia propagado para lá de Jerusalém, a perseguição também vai acompanhar esse movimento. É assim que acontece a conversão de Paulo, quando se dirigia para Damasco é surpreendido por uma luz na qual ele houve Jesus que lhe fala. Este acontecimento marca a conversão de Paulo e o início da sua missionação.
Depois da evangelização de Pedro para lá dos muros de Jerusalém tomamos conhecimento do anúncio de Paulo que está marcado especialmente por três viagens missionárias, pelas quais ele leva o evangelho até aos gentios.
É o anúncio do evangelho que leva a que Paulo seja preso. Por motivo desta prisão chega até Roma onde também é evangelizador.
Os Actos dos Apóstolos
Nos Actos dos Apóstolos Deus continua a revelar-se através daqueles que testemunham a vida de Jesus; falam-nos de alguns apóstolos e alguns colaboradores: Pedro, João, Estevão, Filipe, Paulo, Barnabé, Silas, João Marcos, Priscila e Áquila,... Continuam a falar às multidões e a fazer milagres!
Se Pedro e os apóstolos têm um grande protagonismo no início do Livro dos Actos, lentamente vão perdê-lo para Paulo e seus colaboradores, mostrando o caminho que o cristianismo vai percorrendo rompendo com o judaísmo.
Impressiona-me que Paulo, nas suas Cartas, faz constante apelo para o ser apóstolo de Jesus Cristo e que nos Actos dos Apóstolos nem uma única vez seja chamado de Apóstolo. Em contrapartida, é-lhe dado grande relevo e por três vezes é contada a história da sua vocação (9, 22 e 26). Tudo isto é revelador da vitalidade e impulso que Paulo deu ao cristianismo a partir do seu encontro com Cristo.
duas palavras sobre os actos dos apostolos
jean paul labou
Os Actos dos Apóstolos
O testemunho dos Apóstolos acerca de Jesus de Nazaré como verdadeiro Messias começou a espalhar-se fora de Jerusalém. O martírio de Estêvão, um dos Sete, foi um grande testemunho para a comunidade. Saulo apareceu como perseguidor da Igreja. Mas a partir da experiência no caminho para Damasco tornou-se testemunho emblemático de Jesus ressuscitado. Filipe, Pedro e João começaram a evangelizar na Samaria. Este anúncio foi acompanhado por actos milagrosos, visões, discursos, baptismos e fundações das primeiras comunidades em Antioquia, até a execução de Tiago e a prisão de Pedro pelo rei Herodes. Paulo iniciou as suas viagens missionárias. Este, em companhia de Barnabé, levaram a Boa-Nova de Jesus a outras paragens e testemunharam que Jesus era verdadeiramente o Messias, o filho de Deus. Esta missão passou-se pelo Chipre, Ásia Menor, Antioquia da Pisídia, Icónio e Listra. Esta viagem terminou com uma controvérsia acerca da Lei de Moisés, no que diz respeito à circuncisão dos pagãos que abraçavam a fé. Por esta razão, realizou-se uma reunião dos Apóstolos e dos Anciãos de Jerusalém para examinarem o caso. O resultado desta reunião foi que aos pagãos que abraçaram a fé não se impuseram outras obrigações além de abstinência de carnes imoladas a ídolos, de sangue, de carnes sufocadas e de imoralidade. A outra viagem iniciou-se com o desacordo entre Paulo e Barnabé. Daí, na viagem Paulo é acompanhado por Silas. Estes dois passaram por Macedónia, Filipos, Tessalónica, Bereia, Atenas e Corinto. Esta missão é acompanhada de conversões mas também não faltaram os que contrariam o seu testemunho. A missão continua. Estes foram a Éfeso, atravessando a Macedónia e a Grécia, continuando a Mileto, Tiro e Cesareia, antes de chegarem a Jerusalém. A partir daqui, começou a perseguição de Paulo por parte dos judeus. Estes acusaram-no de pregar contra o povo, contra a Lei e a profanar o templo. Paulo vai enfrentar muitas acusações e interrogações do Sinédrio, até ao ponto de sofrer o martírio. O processo prolongou-se até César. A viagem de cativeiro até Roma gerou grandes sofrimentos por causa da tempestade e naufrágio. Mas, Paulo chegou, finalmente, a Roma e testemunhou, perante os judeus desta cidade, A Boa Nova de Jesus.