04/04/2007

«Estou aqui, Senhor!»

Um olhar 9,1-19a

Ananias tem uma visão.
O Senhor chama-o pelo seu nome, sinal de conhecimento, de intimidade, de proximidade. Ananias responde «Estou aqui, Senhor»!». Esta resposta soa a algo familiar, pois é típica no AT e transmite ao mesmo tempo simplicidade na presença que escuta e prontidão de obediência quase militante. Em seguida o Senhor revela-lhe detalhadamente o que tem que fazer. Os pormenores vão desde a rua que tem que seguir para encontrar a casa para onde tem que se dirigir, à especificação da origem de Saulo (nome hebreu) até à oração que este realiza, onde constam os actos que o Senhor quer que Ananias realize. A indicação de que Saulo está a orar serve para tranquilizar Ananias, demonstrando-lhe que está realmente numa situação de necessidade e que, portanto, se pode aproximar sem receios. Ananias conhece Saulo, a sua fama de perseguidor implacável chegou até ele (provavelmente através de muitos que fugiram de Jerusalém devido às perseguições) por isso revela-se renitente em cumprir o que o Senhor lhe pede. No entanto, a sua objecção é ultrapassada pelas palavras do Senhor de que essa é a sua vontade. O relato avança rápido… Ananias parte, chega junto de Saulo, impõe-lhe as mãos e transmite o que Jesus lhe pediu. O gesto da imposição das mãos de Ananias sob Saulo é um gesto de bênção, que significa uma cura. A referência a Jesus, apenas neste momento da cura, é muito importante, pois é uma identificação com Aquele que apareceu a Paulo na estrada de Damasco. E em seguida baptiza-o.
O gesto de Ananias não é algo isolado, individual, porém num só homem vem representada a comunidade, a sua confirmação acerca da salvação e vocação de Saulo.

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