10/03/2007

ACTOS DOS APÓSTOLOS: REALIDADE DA IGREJA PRIMITIVA

O livro dos Actos dos Apóstolos distingue-se pela sua singularidade dentro de toda a obra do Novo Testamento. O Concílio de Jerusalém (15, 6-29) parece ser o centro teológico do livro.
Na leitura dos Actos, nota-se que o conteúdo desde livro não é uniforme, embora tenha uma sequência lógica. Os primeiros doze capítulos falam da actividade de Pedro na Igreja-Mãe de Jerusalém e na Palestina, ao passo que os restantes capítulos (13-18) apresentam um relato mais uniforme, à volta das viagens de Paulo; poderíamos chamar esta parte de: “Actos de Paulo”.
Ao longo do livro há vários temas que se repetem ao longo de toda a obra: o Espírito Santo, a Igreja, os homens e o próprio Jesus.
O Espírito Santo está presente em toda a obra. Ele está presente no tempo de Israel (Evangelho da Infância), no tempo de Jesus (baptismo, tentações e apresentação em Nazaré) e no tempo da Igreja (Ascensão e Pentecostes). O Espírito Santo apresenta-se como o animador da Igreja, o orientador das testemunhas e da actividade missionária.
O autor narra a história de Jesus como uma vida que se desenrola segundo a vontade de Deus em ordem à Salvação. Sublinha os aspectos salvíficos da Paixão, Morte e Ressurreição.
Os Actos dos Apóstolos revelam vários elementos que caracterizam a realidade da Igreja primitiva. Devemos relacionar a Igreja com Jesus. A Igreja continua a obra de Jesus: se em Cristo se cumpriram as profecias de Israel, na Igreja cumpre-se as profecias da consumação. A Igreja apresenta-se como um exemplo de hierarquia e comunhão. É nela que se encontra a “assembleia dos convocados”.
Os discípulos têm a missão de testemunhar a verdade de Jesus, e de o seguir. São eles que deste o início se reúnem para rezar. A respeito da oração, deve-se recordar que esta ocupa um lugar importante em toda a obra de São Lucas. Os Actos não são excepção, desde o início (Act. 1, 14), revela-se como uma das características das primeiras comunidade. As referências à oração em comum multiplicam-se, assim como as referências a oração dos Apóstolos (Act.3, 1).

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