10/05/2007

Obediência

Obediência

É uma virtude moral, radicada na virtude cardeal da justiça, que leva a reconhecer a autoridade dos superiores legítimos e a cumprir os seus mandatos num contexto de ordem social. Não há grupo (família, empresa, nação, etc.) que possa subsistir e firmar-se sem uma autoridade e sem obediência cooperante dos seus membros. A verdadeira obediência deve ser livre, e não cega, embora não tenha de conhecer todas as razões do mandato do superior, depositando nele a devida confiança. Obedecer faz parte da educação cívica, social, familiar, cristã e levando ao cumprimento inteligente das leis, com a consciência de assim contribuir para o bem comum. É que tal obediência reclama da parte do superior honestidade e competência no exercício da sua autoridade. Um dos três conselhos evangélicos assumidos mediante voto ou promessa por quem opta pela vida consagrada ( religiosos e outros) é o da obediência ( aos superiores, ás regras de vida). O cumprimento deste voto, além do valor da virtude da obediência, tem o valor anexo da virtude da religião.
Em Tiago 2,8; 3,3; 4,7; 4,11; 5,16, e 1Ped.1,2,14,22; 2,12-13, 17-18,3,6, encontramos a palavra obediência, que é relevante tanto para Tiago como para Pedro.
Tiago emprega esta palavra a todos os eleitos, para cumprirem a Lei do Reino de Deus, submeterem-se a Deus, resistindo ao demónio.
Pedro dirige-se directamente aos peregrinos na diáspora, considerados estrangeiros, para obedecerem aos seus senhores, não só aos bons mas também aos severos, ás instituições humanas, ao soberano, rei, governador, mas tudo por amor do Senhor.
É sabida a maneira como um estrangeiro é tratado: sem direito ao bom trabalho, quando aparece é dos mais desprezível, salário mísero, sem liberdade de expressão. Em alguns casos, sem direito de se casar com mulher ou homem daquele pais. A única forma de permanecer ali, é só obedecer como aconselha Pedro. Dizer sempre sim, mesmo que as vezes é necessário dizer não.



Lisboa, 10 de Maio de 2007

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