13/04/2007

Conclusão: João, figura do apostolado?

O João dos doze é uma figura paradigmática. Com efeito, embora estando presente, a sua presença não anula a dos demais, antes assiste a aparição alheia.
João é bem o protagonista da discrição (nos gestos como nas palavras com que secunda os seus interlocutores) ou, diria, o protagonista que promove o protagonismo dos outros [o que é, de certa forma (assim nos parece), uma imagem do apostolado – serviço maturador das comunidades], donde resulta essa insólita nomeação fugaz por que João, emergindo como personagem cimeira, rapidamente desaparece de cena, dando lugar aos demais protagonistas que como ele mergulharam nesse Nome. Não espanta, pois, que João (como, de resto, muitos dos demais intervenientes nos Actos) seja uma figura provisória no seio da narração, já que esta parece estar menos interessada em biografar vidas que a vida na Vida (aí onde todos e cada um assumem um nome, gozando com os demais dessa alegria de se achar pronunciado por um outro, Maior, supranominal, pois que rompe com as sílabas de Si…).
[Em jeito de apontamento: seria, porventura, interessante confrontar a imagem do João dos Actos com o João dos demais escritos neotestamentários, com vista a uma caracterização mais alargada.]

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