13/04/2007

Sobre o apostolado

1. Evangelho de Lucas: os doze escolhidos, que partilham com Jesus os seus feitos (cf. Lc 9,10), são por Ele chamados apóstolos (cf. Lc 6,13): comensais nas horas delicadas (cf. Lc 22,14); testemunhas dos momentos decisivos (cf. Lc 14,20).

2. Actos dos Apóstolos: os apóstolos (escolhidos e instruídos por Jesus – cf. Act 1,2 –), pregadores emocionantes (cf. Act 2,37) e educadores (cf. Act 2,42), fautores de gestos extraordinários (cf. Act 2,43; 4,43; 5,12), lideravam as comunidades (arbitrando, inclusivamente, as situações delicadas – cf. Act 15,2-22 –), animados que estavam pelo Espírito (cf. 6,6; 8,18). Assim, geriam as colectas conforme as necessidades (cf. Act 4,35), promoviam o anúncio do Reino (cf. Act 8,25; 11,1; 16,4), mesmo sofrendo perseguições várias (às mãos de judeus e gregos – cf. Act 5,12-26; 8,1; 14,4), obedientes à vontade de Deus (cf. Act 5,29). Aparecem, então, como um grupo coeso, concentrado, inicialmente, em Jerusalém (cf. Act 8,1), decidindo em diálogo com os Anciãos (cf. Act 15,2-16,4).

3. Continuidade e descontinuidade no uso do termo: a interrogação maior quanto ao uso do termo tem que ver não tanto com a continuidade do seu sentido mas antes com a desproporção do emprego, compreensível quando considerada a função que os mesmos desempenhavam no seio das comunidades. Com efeito, o primeiro momento do apostolado dos doze consistiu precisamente na sua convivência privilegiada com Jesus. Só posteriormente é que assumem uma relevância maior pois que as comunidades carecem do seu testemunho cordial (autorizado). No entanto, a sua presença não as esmaga, mas antes serve os acontecimentos prodigiosos que nelas têm lugar.

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