13/04/2007

2 EM 1: UM EDIFÍCIO CASA-PRISÃO

A prisão de Filipos, onde Paulo e Silas são detidos, comporta no andar de cima a casa do carcereiro. É estranho para o nosso mundo actual conceber uma casa com uma prisão no rés-do-chão, por isso, como explicá-lo?
Se considerarmos que o trabalho no mundo antigo estava sempre intimamente ligado ao contexto doméstico, não é de espantar que a habitação do carcereiro fosse anexa à prisão.
Senão reparemos. Era corrente nas pequenas cidades e vilas, casas com um espaço dedicado à compra e venda de produtos ou serviços, denominadas tabernae. Nas grandes superfícies urbanas, estas lojas apareciam contíguas umas às outras, ao longo das ruas da cidade, sustentando no piso superior um outro andar que servia de residência. As pessoas que viviam neste tipo de casas eram de baixa condição social. [Cf. RICHARDSON, Peter, Towards a Typology of Levantine/Palestinian Houses, Journal for the Study of the New Testament, 27, 1 (2004), p. 60.]
Se fizermos uma transposição desta tipologia doméstica para o contexto da perícope de Actos 16, 23-40, não é difícil imaginar – especialmente se atendermos ao facto de Filipos ser uma cidade relativamente grande para a época – uma cadeia no lugar da loja, tendo por cima o espaço habitacional.

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