24/05/2007

Simão, o curtidor: já começa a aborrecer, mas...

A importância de Simão, o curtidor, reside no facto de Pedro se inserir já num contexto doméstico que antecipa a sua entrada na casa de Cornélio. Pedro é preparado, deste modo, tanto geograficamente como culturalmente, para exercer o seu papel de mensageiro à casa.
Um ponto a ter em conta é que Pedro (não sendo ele o anfitrião) acolhe os enviados de Cornélio na casa de Simão. Deste modo, ele introduz três homens pagãos (e portanto impuros) num espaço que lhes estaria, à partida, vedado. A casa de Simão, o curtidor, em cujo terraço Pedro tem a sua visão, é então o primeiro lugar onde pagãos e judeus coabitam sob o mesmo tecto. Instauram-se aqui dois movimentos, ambos tendo a iniciativa de Deus na sua génese, que conduzem cada um ao encontro do outro: assim, em Jope, os pagãos (representados pelos mensageiros de Cornélio) acedem à casa de um judeu; em Cesareia, são os judeus (Pedro mais os seus companheiros vindos de Jope) que entram na casa de um pagão.

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