15/05/2007

Chipre, uma ilha de Judeus

O relato que envolve a minha personagem vai de actos 13,4-12. Este relato narra-nos a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé à ilha de Chipre.
A primeira palavra do relato é dirigida ao Espírito Santo (13,4), que aparece nos Actos como o grande impulsionador da Igreja, da sua Igreja. De facto são enviados pelo o Espírito Santo a evangelizar a ilha de Chipre.
Lucas neste relato demonstra um gosto imenso e interesse pelos contextos históricos. Ele revela um grande conhecimento do mundo. Com as suas indicações geográficas podemos traçar claramente um itinerário das viagens de Paulo.
O primeiro objectivo destes missionários, que levam consigo João Marcos, primo de Barnabé (Col 4,10), é Chipre, a pátria de Barnabé (4,36). É um das grandes ilhas do Mediterrâneo (juntamente com a Sicília, Sardenha, Córsega e Creta), a mais oriental de todas, localizada entre a costa sul da Anatólia e a costa mediterrânica do médio oriente. Geograficamente, pertence à Ásia, embora culturalmente e historicamente seja um misto de elementos europeus e asiáticos com os europeus a predominar, dado ao seu passado grego. Era uma das regiões que contava com a mais alta percentagem de população judia.

A actividade começa na cidade de Salamina, o porto principal da ilha, sobre a costa oriental, e termina em Pafos, no extremo sudoeste. Como a ilha é atravessado por uma cadeia de montanhas, não existem cidades no interior, o que nos faz pensar que tivessem percorrido a costa meridional. Também é atravessado por um vale amplo (a Mesaoria) onde actualmente se ergue a capital, Nicósia. A sudoeste erguem-se os montes Troodos, que albergam o ponto mais elevado da ilha, o monte Olimpo, com 1 953 m de altitude. A norte erguem-se os montes Kyrenia, uma cordilheira bastante estreita que começa na costa norte e que se prolonga para leste na longa península que confere à ilha a sua forma característica. Há também pequenas planícies costeiras no sul.

Os lugares de preferência dos apóstolos para evangelizar são as sinagogas judaicas. Encontravam-se em todos os lugares mais importantes da orla mediterrânea que oferecem também em Chipre uma oportunidade histórico-salvífica. Paulo perante das dificuldades mantinha a sua máxima que podemos encontrar em Rom 1,16: “Eu não me envergonho do Evangelho, pois ele é poder de Deus para a salvação de todo o crente, primeiro o judeu e depois o grego.”


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