19/05/2007

SABEDORIA

Toda a Carta de Tiago esta impregnada por um carácter de exortação moral. Apresenta uma exposição viva e espontânea da mensagem no ambiente das primitivas comunidades cristas de origem judaica e revela uma série de contrastes que despertam a atenção.
Dirigindo-se aos irmãos das “doze tribos da Dispersão”, Tiago fala-nos no primeiro capítulo da sabedoria, como algo essencial para a fé daquele povo. A sabedoria é necessária para que os irmãos sejam “perfeitos e irrepreensíveis, sem falhar em nada”. Quem não possui a sabedoria deve pedir a Deus, que a todos dá generosamente sem recriminações. Deus dá a sabedoria a todos, mas S. Tiago pede constantemente ao povo, mesmo assim, para que não hesite de pedir a sabedoria a Deus, este pedido deve ser feito através da fé que os move.
No fim do capítulo terceiro, Tiago caracteriza com mais pormenores a verdadeira sabedoria. Todo o “sábio e entendido” deve mostrar que as suas obras “estão repassadas da mansidão própria da sabedoria”. Seguidamente distingue dois tipos de sabedoria: sabedoria do alto e a sabedoria terrena. A sabedoria terrena, envolve os nossos corações num espírito de inveja, que leva a contendas, caracteriza-se pela natureza corrompida, diabólica. A sabedoria do alto, ao contrário, é uma sabedoria pura, pois caracteriza-se pela sua pureza. Ela é “pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia” (Tiago 3, 17).
A 1ª Carta de São Pedro não fala directamente sobre a sabedoria. Enquanto que a Carta de Tiago caracteriza a sabedoria, S. Pedro não pretende caracterizar nada em pormenor, mas animar a fé de todos os que se sentem desanimados na sua caminhada na Igreja.

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