15/05/2007

Érgon na Carta de S. Tiago

A érgon téleion (obra perfeita) à qual, segundo 1,4, deve conduzir a perseverança, é a perfeição escatológica, a que o cristão deve tender. Aqui, a obra perfeita não se entende tanto alguma boa obra ou prática de virtude particular, mas a pessoa total do cristão na sua fé comprovada e madura.

Em 1,25 adverte-se o cristão a não ser um ouvinte esquecido, mas um poietès érgou (praticante da obra): Alude-se à transformação da palavra escutada em acção, tal como quer Jesus.

As obras, segundo 3,15, na vida do sábio devem mostrar-se com o seu bom comportamento e sobretudo com o exemplo, pois estas são as manifestações visíveis da vida cristã.

E em que coisa consistem as obras é dito na importante secção 2,14-26, onde o termo érgon aparece 12 vezes: São as obras de amor ao próximo, compreendido em modo prático e exercitado no concreto da vida quotidiana, pronto a ir ao encontro e a ajudar o irmão necessitado. A fé autêntica mostra-se quando se realizam as obras de amor (2,18.22). Caso contrário, a fé é inútil (2,20) e morta (2,17.26), pois a fé viva manifesta-se nas obras de misericórdia (2,16.25) e na obediência a Deus (2,21).
Assim, para S. Tiago não têm valor só as obras ou só a fé (2,24), mas as obras conduzem a fé à plenitude (2,22).

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