13/03/2007

Olhando para os Actos dos Apóstolos

Os Actos dos Apóstolos podem ser vistos como uma 2ª parte da obra de Lucas, que no 1º Livro – Evangelho – narra a biografia de Jesus. Nesta 2ª parte ele conta a vida dos primeiros cristãos depois da Ascensão de Jesus ao Céu, tempo do nascimento da Igreja e de descoberta da sua identidade.
São os Actos, assim, a história do cristianismo nascente e a sua expansão de Jerusalém a Roma, respectivamente o ponto de partida e a meta da missão.
Os personagens principais são os apóstolos, testemunhas de Jesus ressuscitado, com Matias a substituir Judas, mas dentre eles destaca-se Pedro, que aparece nos primeiros capítulos como aquele que dirige o grupo, que faz mais milagres e que toma quase sempre a Palavra. Mas a Palavra destaca-se por si mesma. Ela tem força e contagia fé. A Igreja expande-se na medida em que há pessoas que aderem e recebem a Palavra.
Não podemos esquecer o papel tão importante do Espírito Santo, no qual todos os cristãos vão sendo baptizados e por Ele vivem numa verdadeira união fraterna, da qual é expressão a Comunidade cristã de Jerusalém.
A partir do cap. 13 e até ao fim do Livro destaca-se a figura de Paulo, judeu e ao mesmo tempo cidadão romano, que se converte (no cap.9º) de perseguidor dos cristãos na grande testemunha de Jesus ressuscitado, empreendendo várias viagens missionárias e mostrando uma enorme coragem e entusiasmo no anúncio da Palavra. Acaba por ser preso em Jerusalém e levado para Roma, pois apela para César.
Nesta empolgante narrativa o autor quer mostrar uma unidade na história da Salvação: Paulo começa por anunciar aos judeus nas Sinagogas e só quando estes o rejeitam é que vai anunciar aos pagãos; Pedro anuncia normalmente a judeus, mas vai também anunciar a pagãos em casa de Cornélio, para mostrar que Deus não faz acepção de pessoas e que a Salvação é para, partindo de Jerusalém, chegar até aos “confins do mundo”. Os Actos não são uma história triunfalista da Igreja, mostram também o seu fracasso e, especialmente aí, como é a Providência divina que tudo conduz.

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