12/03/2007

“A Palavra de Deus ia-se espalhando cada vez mais” (Act 6,7a)

O livro dos Actos dos Apóstolos surge-nos como uma espécie de “observatório” daquilo que é o cristianismo em formação, sobretudo na sua ruptura com o judaísmo sinagogal e progressiva aproximação ao mundo helénico. É nesta perspectiva dinâmica que os Actos nos apresentam a “história” da construção e do crescimento da identidade cristã, sob a forma de apologia e fecundada pela Palavra de Deus - actor principal do drama da Salvação no livro dos Actos.
Para concretizar estes princípios orientadores da narrativa de Actos o autor serve-se de artifícios literários, espaços e personagens articulados numa estrutura bem delimitada. Deste modo, o ponto de partida desta “história das origens cristãs” é a Ascensão do Senhor. O grupo dos apóstolos, S. Paulo e seus companheiros de viagem, enquanto testemunhas da Palavra e dirigidos pelo Espírito Santo, serão o rosto principal da expansão do cristianismo que, de uma maneira geral, é-nos apresentada em 4 etapas: a) A Igreja em Jerusalém (Act 1,12-6,7); b) A Igreja fora de Jerusalém (Act 6,8-12,25); c) As 3 missões de S. Paulo (1ª - 13,1-14,28; 2ª - 15,35 -18,22; 3ª - 18,23 – 21,26); d) Prisão de S. Paulo (Act 21,27 – 28,31).
É desta forma que a comunidade eclesial se vai definindo como creatura verbi, pois os cristãos são aqueles que aderem à Palavra que é anunciada, a Palavra de Deus...

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