21/03/2007

Actos dos Apóstolos

Os Actos dos Apóstolos são a continuação do Evangelho de Lucas, constituindo a segunda parte da sua obra. Narram a fase da História da Salvação que se seguiu à ressurreição de Jesus. Tal como o Evangelho de Lucas, o livro dos Actos dos Apóstolos não pretende ser um escrito historiográfico em sentido científico. Não pretende fazer uma reconstituição científica dos factos, mas, por outro lado evocar o significado daquilo que aconteceu e, também, sublinhar a importância dos primeiros evangelizadores e fundadores das Igrejas cristãs, especialmente a importância de Pedro na Igreja de Jerusalém, e de Paulo na evangelização dos gentios.
Na secção que narra as viagens marítimas de Paulo, o autor apresenta-se como companheiro de viagem, falando na primeira pessoa do plural “nós”.
Os dois primeiros versículos remetem ao prólogo da primeira parte da obra, o Evangelho de Lucas. Ambas as partes fazem uma semelhante dedicatória, dirigida a Teófilo, amigo de Lucas. O Evangelho narra a história da vida e acção de Jesus; os Actos aquilo que aconteceu depois: o anúncio da Palavra (“personagem” principal deste livro) pelos discípulos, no início da Igreja, e a vida das comunidades por eles fundadas. Em Act 1, 8 Jesus comunica o programa deste anúncio: “Recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”. O livro dos Actos dos Apóstolos descreve a realização desta missão.
Os Cap. 1-15 descrevem a expansão da Igreja entre os judeus. Os Cap. 13-28 tratam do estabelecimento da Igreja entre os gentios ou não judeus sob a acção de Paulo. Os Cap. 13-15 fazem a ligação entre estes dois momentos.
Podemos observar nos Cap. 1-7 a vida da “Igreja-mãe” (dos Doze) em Jerusalém, e0 que no seu seio nasce a Igreja dos Sete, cuja acção, envolvendo a Samaria e a Síria (Damasco e Antioquia), se desenvolve nos Cap. 6-12.
Os Cap. 13-15 narram a expansão do Evangelho entre os gentios nas províncias para lá da Palestina e Síria, contudo o âmago continua a estar intimamente ligado às sinagogas. Os Cap. 16-20 apresentam uma mudança definitiva de ênfase passando dos judeus aos gentios e a autoexclusão dos judeus. A conexão com a sinagoga diminui quando o Evangelho chega à Macedónia, Acaia e Ásia. Os capítulos 21-28 reflectem o ponto culminante das tensões entre judeus e gentios; a rejeição do apóstolo Paulo e da sua missão aos gentios por parte dos judeus. O livro termina com a narração da chegada de Paulo, prisioneiro, a Roma.

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