19/03/2007

um olhar sobre os Actos

Um olhar sobre os Actos dos Apóstolos

Os actos dos Apóstolos é uma obra única no Novo Testamento, de grande valor histórico, embora aceite convenções da época: principalmente o gosto pelo maravilhoso e os discursos na boca dos personagens. Quanto aos personagens dois protagonistas actuam sucessivamente em primeiro plano: Pedro na primeira parte (Cap. 1-12), enquanto se consolida a Igreja de Jerusalém; Paulo, que vai promovendo a difusão do Evangelho pela Ásia, Europa e até Roma.
O material narrativo pode ser catalogado em relatos, discursos e somatórios. Ocupam grande espaço os processos, que são relatos com discursos incluídos. Assistimos no relato à consolidação, expansão e crescimento da Igreja, em muitas Igrejas ou comunidades locais que formam a grande unidade. Primeiro, tem a primazia a de Jerusalém, onde tudo começou; depois, toma a frente a de Antioquia. A expansão não é só geográfica: é principalmente um ir penetrando e ganhando adeptos no território e cultura pagãos; é ao mesmo tempo um desprender-se, não pretendido, do judaísmo. Esta é uma constante do livro que culmina na última página, em Roma.
A organização das Igrejas é fluida, com um corpo dirigente local de “anciãos” (em grego presbyteroi); os apóstolos têm a responsabilidade e a autoridade superior; ao seu número somam-se Matias, Barnabé e Paulo. Existe uma constância de vida sacramental e litúrgica: baptismo e Eucaristia, imposição das mãos, celebrações; e com isso a instrução catequética.
Nas cenas íntegras e em detalhes significativos, os Actos dos Apóstolos são cumprimento de um mandato de Jesus, eco de um ensinamento, repetição ou reflexo de uma acção.



Hélder Gouveia
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