28/05/2007

Obediência

Obediência


No heb. não há uma expressão « obedecer». Dizia-se «ouvir» (Jer. 7,23) « responder» ( Is. 66,49) « fazer» ( Ex. 7,6) . A obediência não é entendida como uma relação cega e material, mas sim como uma relação de pessoas.
A obediência resulta da aliança e do amor de Deus ( cf. Dt. 10,12). A obediência a Deus é também para o cristão uma atitude fundamental (Mt.7,24). Ela resulta da fé e está muitas vezes disposta a ver também a vontade de Deus detrás de outras autoridades ( Lc. 10,16; Col. 3,20s) escravos ao estado. A obediência de Cristo não é apenas modelo ( Fil. 2,5), mas também motivo da sua exaltação ( Fil. 2,8s).
Longe de ser uma violência que se sofre e uma submissão passiva, a obediência, é livre adesão ao desígnio de Deus ainda encerrado no mistério, mas proposto á fé pela Palavra, possibilita ao homem fazer a sua vida um serviço de Deus e entrar no seu gozo.
Obediência é submissão do homem á vontade de Deus, é cumprir um mandamento cujo sentido e valor não vemos, mas no qual percebemos um imperativo divino. Se Deus exige nossa obediência, é que ele tem um plano a cumprir, um universo a construir, e que Ele precisa da nossa colaboração, da nossa adesão na fé. A obediência é sinal e o fruto da fé. A obediência de Jesus Cristo é a nossa salvação e nos obtêm o dom de termos de novo a obediência a Deus. A vida de Jesus Cristo, desde sua a entrada no mundo e até a morte da Cruz, foi de obediência, isto é, adesão a Deus através de uma série de intermediários: personagens, acontecimentos, instituições, Escrituras do seu povo, autoridades humanas.
Na sua paixão Ele leva a sua obediência ao ponto culminante, entregando-se sem resistência a poderes desumanos e injustos, passando através de todos os sofrimentos, pela experiência da obediência fazendo de sua morte o sacrifício mais precioso a Deus, o da obediência.





Lisboa, 28 de Maio de 2007

Ferreira Bernardo nº 110105538

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