01/06/2007

A NOVA ORDEM CÓSMICA: A LEI DA LIBERDADE (Tg 1, 25; 2, 12)

A carta de Tiago diz que «a amizade com o mundo é inimizade com Deus» (4, 4), porque, antes de mais, o ‘kosmos’ é o espaço de divisão (4, 8) – quer pela desconfiança na oração (1, 6-8), pela acepção de pessoas (2, 1) e pela hipocrisia (3, 17), quer pela maldição (3, 8-12) e pela ausência da prática de obras (2, 14-17; 4, 17). O documento, todavia, não incita a comunidade cristã – constituída por pessoas de estatuto económico e social relevante e pessoas mais simples e pobres (2, 2-3) – a isolar-se do mundo, mas a transformá-lo. Como? Dando na vida quotidiana primazia a Deus e tendo cuidado com o mundo, não se acomodando aos seus luxos. Nesta medida, as provações que os rodeiam, emergem como uma oportunidade para crescerem na fé e tornarem-se perfeitos (1, 2-18). A escuta, a meditação e o pôr em prática a «Palavra semeada» (1, 21) é fundamental. É a «Sabedoria do Alto» que permite a realização do bem e evita a sabedoria dita «terrena, animal e demoníaca» (3, 13-18). Por isso, a devemos pedir em oração a Deus(1, 5 e 3, 17-18). Aquele que tem fé e em consonância pratica boas obras, esse é bem-aventurado, porque vive no mundo a lei perfeita, que é a liberdade (1, 25 e 2, 12). A nova ordem cósmica em projecto é a Lei da Liberdade, que deve ser construída por todo e qualquer cristão, no mundo concreto onde vive, independentemente da sua condição religiosa, económica, social ou política.

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