01/06/2007

Que glória há?

O autor da 1ª de Pedro ao confirmar os cristãos na sua identidade e ao reforçar o ânimo das comunidades fá-lo indicando um caminho, construindo uma pertença, interpretando positivamente a situação frágil e precária em que se encontram. Muitas vezes a sua estratégia passa por uma construção em paralelo onde afirma por um lado o que como cristãos devem fazer (o bem) e por outro o que se devem abster (o mal). Define o caminho a seguir, identificando-os com Deus, assemelhando-os com Cristo e aproximando-os uns dos outros para que consigam superar as dificuldades que atravessam.
O binómio bem – mal ajuda-nos a compreender o ritmo através do qual o autor vai delimitando o caminho que os cristãos devem seguir, um caminho caracterizado pela perseverança e fidelidade onde esta seria menos esperada à partida: na incompreensão, na dificuldade e no sofrimento. O autor não resolve estas situações retirando-as de cena mas dando-lhes um sentido mais profundo na configuração com Cristo. «Mas, que glória há em suportar com paciência, se sois esbofeteados por teres errado? Ao contrário, se, fazendo o bem, sois pacientes no sofrimento, isso sim constitui uma acção louvável diante de Deus»2, 20.

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