01/06/2007

«Afaste-se do mal e pratique o bem»

O autor da 1ª Carta de Pedro ao definir a identidade distinta dos cristão no mundo tanto usa directamente o binómio bem - mal como o usa indirectamente num paralelo onde exprime o que devem e o que não devem fazer, dando-lhes directrizes para o seu caminhar, animando-os na sua estranheza face ao mundo que os rodeia.
Primeiramente vamos analisar de que forma o autor usa directamente o binómio bem - mal. Este exorta os cristãos para que permaneçam firmes no bem e se abstenham do mal: «afaste-se do mal e pratique o bem, busque a paz e siga-a.»3,11. Pois a vontade de Deus é que pratiquem o bem e que sejam por ele reconhecidos: «seja bom vosso comportamento entre os gentios, para que, mesmo que falem mal de vós, como se fosseis malfeitores, vendo as vossas boas obras, glorifiquem a Deus, no dia da sua visita»2,12; «pois esta é a vontade de Deus, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos insensatos»2,15. Uma vez que «será melhor que sofrais – se esta é a vontade de Deus – por praticardes o bem do que praticando o mal»3,17.
O mal é, portanto, contrário à vontade de Deus: «porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e seus ouvidos estão atentos à sua prece, mas o rosto de Senhor se volta contra os que praticam o mal»3,12, logo «não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria; ao contrário bendizei, porque para isso fostes chamados, isto é, para seres herdeiros da benção»3,9.
Este binómio ilumina o todo da carta na medida em que explicita que a exortação se realiza num movimento paralelo que permite tanto que os cristãos se identifiquem com o bem como se distanciem do mal que os rodeia e alicia socialmente.

Nenhum comentário: