03/06/2007

a) Liberdade no seu contexto próximo (1 Pe 2,11-25, e em particular o v. 16)

O trecho 2,11-25 pretende afirmar o sentido do agir, fundado que está no apelo de Cristo [cf. 2,21], o justo sofredor que, em fazendo o bem – i. é, a vontade de Deus [cf. 2,15] – suportou toda a nossa fraqueza [cf. 2,24s.]. Deste modo, o cristão, forasteiro no mundo [cf. 2,11], há-de suportar os insultos que tal estranheza benfazeja lhe alcança [cf. 2,12], calando a maldade com a bondade (desconcertantemente submissa) [cf. 2,15.18.20b]. Com efeito, a condição estrangeirada resulta dessa insólita liberdade que, ao invés de arredar da sociedade (como se fora apátrida), convoca para uma presença amável [cf. 2,16s.], eventualmente capaz de comover os demais para que louvem, também eles, a Deus [cf. 2,12]. A liberdade dá-se precisamente nesse dinamismo vocacional paradoxal, por que o cristão (como Cristo) é elevado enquanto se reclina, submisso, sob o peso dos outros [cf. 2,21.24]. Deste modo, ser homem livre é ser como Cristo [cf. 2,21]: tal é a liberdade cristã.

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